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Criptomoedas: O Guia Completo para Navegar no Mercado

Criptomoedas: O Guia Completo para Navegar no Mercado

04/10/2025 - 14:54
Maryella Faratro
Criptomoedas: O Guia Completo para Navegar no Mercado

Em um cenário financeiro em rápida transformação, entender como operar com segurança e confiança tornou-se vital. Este guia oferece insights práticos e inspiração para investidores de todos os níveis.

Contexto Regulatório Brasileiro

O mercado brasileiro de criptoativos passou recentemente por mudanças profundas. A criação de regras claras trará maior credibilidade e segurança para todos os participantes.

  • Lei das Criptomoedas 14.478/22: exige autorização do Banco Central e cria novo tipo de estelionato.
  • Lei 14.754/2023: fixa alíquota de 15% e permite compensar perdas futuras.
  • Resoluções BCB 519, 520 e 521: definem licenças para serviços de ativos virtuais e equiparam stablecoins a câmbio.

Além disso, o Decreto 11.563/2023 consolidou o Banco Central como órgão regulador central, com apoio coordenado da Receita Federal e da CVM.

Estrutura de Regulação - SPSAVs

As Sociedades Prestadoras de Serviços de Ativos Virtuais (SPSAVs) são a base dessa regulação. Com autorização formal do Banco Central, essas empresas devem seguir requisitos sólidos para atuar como corretoras, custodiantes ou intermediárias.

Entre as exigências, destacam-se:

• Capital mínimo que varia de R$ 10,8 milhões a R$ 37,2 milhões.
• Período de transição de 9 meses para adequação das empresas já existentes.

Com essas medidas, busca-se criar um ambiente de novo e robusto marco regulatório nacional, capaz de atrair investimentos sérios e reduzir riscos.

Proteção ao Investidor

Proteger quem investe deve ser a prioridade. Por isso, as SPSAVs têm obrigações reforçadas para evitar colapsos ou fraudes.

  • Segregação patrimonial rigorosa para clientes em contas e carteiras distintas.
  • Auditoria independente bienal e divulgação de relatórios públicos.
  • Provas de reserva para confirmar a existência dos criptoativos.
  • Diretor responsável por garantir a segregação e a segurança.

Essas regras criam um ambiente de proteção ao investidor e usuários, garantindo que ativos não sejam confundidos com o patrimônio das empresas.

Operações Internacionais e Câmbio

O tratamento de operações com stablecoins como câmbio trouxe maior clareza para transações internacionais. Limites foram definidos para evitar excessos e garantir rastreabilidade.

Para operações acima de US$ 100 mil, a identificação da contraparte e o monitoramento da origem e destino dos ativos são indispensáveis. Esse regime reforça a transparência completa das operações financeiras.

Impostos e Declaração

A partir de 1º de janeiro de 2024, a tributação de criptoativos em corretoras estrangeiras passou a ter alíquota fixa de 15% sobre rendimentos. Já a Instrução Normativa de novembro de 2025 ampliou o rol de empresas obrigadas a declarar e corrigiu diferenças entre corretoras nacionais e estrangeiras.

Para investidores, é fundamental manter registros de todas as transações e utilizar ferramentas que facilitem o cálculo de ganhos e perdas. A compensação de prejuízos em exercícios futuros ajuda a reduzir o impacto tributário.

Princípios e Objetivos Regulatórios

A regulação foi pensada para equilibrar inovação e segurança, observando valores essenciais ao mercado:

  • Livre iniciativa e concorrência saudável
  • Proteção e defesa de consumidores
  • Redução de riscos em sistemas descentralizados
  • Estímulo a novidades tecnológicas

Esses pilares visam incorporar as criptomoedas ao sistema financeiro tradicional sem abrir mão de segurança.

Fiscalização e Sanções

O Banco Central manterá supervisão contínua pelo Banco Central sobre todas as SPSAVs, assegurando conformidade com padrões de segurança, compliance e prevenção à lavagem de dinheiro.

Empresas que descumprirem as obrigações podem ter a autorização cancelada e sofrer penalidades que incluem multas e restrições operacionais.

Comparação com Outros Mercados

Enquanto o Brasil avança em um modelo completo de licenças e fiscalização, mercados como os EUA contam com leis específicas como RFIA e FIT21, que também buscam regular o setor sem sufocar a inovação.

Entender essas diferenças é útil para quem atua globalmente e deseja adaptar práticas às exigências locais.

Benefícios e Dicas Práticas

Com este novo e robusto marco regulatório nacional, o investidor ganha:

  • Acesso a plataformas confiáveis e autorizadas.
  • Maior segurança jurídica e operacional.
  • Transparência total sobre riscos e processos.

Para aproveitar ao máximo essas vantagens, siga as dicas:

  • Pesquise SPSAVs com registro ativo no Banco Central.
  • Verifique relatórios de auditoria e provas de reserva.
  • Use carteiras frías para armazenamento de longo prazo.
  • Mantenha-se atualizado sobre mudanças regulatórias.

Conclusão

Navegar no mercado de criptomoedas exige conhecimento técnico, atenção às regras e postura proativa. Com as novas normas brasileiras, temos um cenário mais seguro e transparente.

Adote práticas de governança, escolha plataformas regulamentadas e mantenha-se informado. Assim, você transformará desafios em oportunidades, aproveitando o potencial das criptomoedas de forma sustentável e inovadora.

Maryella Faratro

Sobre o Autor: Maryella Faratro

Maryella Faratro