O investimento sustentável vai além do retorno financeiro, unindo crescimento e transformação.
Nos últimos anos, o mercado global de ESG chamou a atenção de gestores e investidores. Atualmente, os investimentos ESG representam mais de um terço dos ativos sob gestão mundial, revelando uma mudança de paradigma.
Segundo a Bloomberg Intelligence, estima-se uma projeção de US$ 53 trilhões em recursos alocados até 2025. Mesmo diante de resgates nos EUA e na Europa no primeiro trimestre de 2025, a tendência de longo prazo aponta para a consolidação dessa prática.
Fatores geopolíticos, como a agenda anticlimática de governos e riscos jurídicos, têm imposto cautela aos gestores. Ainda assim, a convicção no valor de longo prazo mantém a curva de crescimento ascendente.
O cenário brasileiro vem se destacando com crescimento recorde de 80% nas intenções de investimento em ESG entre empresas de médio porte, acima das médias global e regional.
Embora ainda correspondam a apenas 0,37% do patrimônio total da indústria, esses números apontam para uma transformação acelerada no mercado local.
Uma mudança surpreendente aconteceu na alocação de ativos dos fundos ESG: enquanto em 2022 mais de 90% do volume estava em ações, até maio de 2025 essa fatia caiu para 17%.
Em contrapartida, a renda fixa passou a concentrar 78% dos recursos, impulsionada pela alta da Selic e pela busca por segurança. Os multimercados representam 6% do total.
Essa reconfiguração demonstra como o mercado busca aliar estabilidade e impacto, criando oportunidades para investidores conservadores e arrojados.
Os títulos verdes, debêntures e bonds sustentáveis impulsionaram um salto de 170,7% na renda fixa dos fundos IS, atingindo R$ 23,8 bilhões.
Porém, as emissões rotuladas no Brasil caíram 65% no primeiro semestre de 2025, totalizando US$ 3,3 bilhões. A ausência de emissão soberana e o custo de capital elevado expuseram desafios para manter o ritmo de ofertas.
No cenário global, houve queda de 25% nas emissões sustentáveis, reforçando a necessidade de inovações e parcerias para superar barreiras financeiras.
Para garantir impacto social e ambiental positivo, fundos IS adotam abordagens robustas:
Na distribuição entre pilares, 57% do patrimônio é monitorado por fatores ambientais, 44% por governança e 43% por critérios sociais, provando a abrangência das análises.
Os principais índices brasileiros de sustentabilidade se destacaram em 2025:
Esses resultados reforçam a tese de que o alinhamento entre lucro e propósito gera valor de longo prazo para todos os stakeholders.
Para aproveitar as oportunidades do ESG, cada investidor pode seguir passos práticos e objetivamente alinhados aos seus valores:
Essas ações permitem construir portfólios que promovem mudança e oferecem segurança em cenários voláteis.
O mundo caminha para uma transição energética e social sem precedentes. Investir em ESG é assumir papel de protagonista nessa jornada.
Ao direcionar recursos para projetos sustentáveis, você estimula innovación, fortalece comunidades e contribui para a mitigação das mudanças climáticas.
Portanto, ao buscar retornos financeiros consistentes, considere o poder de alavancar soluções que promovam justiça social e sustentabilidade ambiental. O futuro dos investimentos é verde, e essa é a oportunidade de alinhar lucro e propósito, garantindo um legado positivo para as próximas gerações.
Referências